sexta-feira, 31 de maio de 2019

Parque Nacional do Itatiaia publica nota a respeito de aceiros negros na parte alta do Parque

Texto original de autoria de Marcelo Motta 
Analista Ambiental ICMBIO/PNI 
Gerente de Fogo do PNI



No mês de maio de 2019 o Parque Nacional do Itatiaia, através de sua brigada de prevenção e combate aos incêndios florestais, executou os aceiros negros (faixa no terreno, com largura variável, onde a vegetação é queimada para formar uma barreira à propagação do fogo no caso de ocorrência de incêndios florestais) entre as bacias hidrográficas dos rios Campo Belo, Aiuruoca e Preto, ação prevista no Plano de Manejo Integrado do Fogo - PMIF da unidade de conservação, e uma das estratégias complementares à supressão do fogo nas áreas de campos de altitude. Segundo o Analista Ambiental e Gerente do Fogo Marcelo Motta, “os aceiros negros possuem a função de aumentar a probabilidade de controle de incêndios florestais dentro das bacias hidrográficas do Planalto do Itatiaia, ou seja, um possível incêndio que se inicie na bacia do rio Campo Belo não se propague para a bacia do rio Aiuruoca e/ou do rio Preto e vice-versa, fato que ocorre historicamente quando se tem incêndios no Planalto do Itatiaia. Além disso, diante da vulnerabilidade dos campos de altitude frente às alterações climáticas, há necessidade de se conhecer o papel ecológico do fogo na conservação dessa fisionomia que é uma das mais raras no país, com alto número de espécies endêmicas e ameaçadas, mas que possuem espécies propensas e que facilitam a propagação do fogo. Nos aceiros negros, estamos monitorando os efeitos do fogo em alvos de conservação pré-definidos em conjunto com instituições de ensino e pesquisa, com o objetivo de gerar conhecimento e ter maiores subsídios para as ações de manejo dos campos de altitude.”


As instituições que estão desenvolvendo pesquisas associadas às ações de Manejo Integrado do Fogo no Parque nacional do Itatiaia são: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ, Universidade Federal de Lavras – UFLA, Universidade Federal Fluminense – UFF, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP Rio Claro, Instituto Butantan e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Programa de Queimadas) – INPE.


Diante das inúmeras mensagens que circularam nas redes sociais e grupos de whatsApp na noite do dia 28 relatando a existência de fogo no Parque Nacional, Gustavo Tomzhinski, Analista Ambiental e Chefe do Parque, destaca “foi muito bom saber que os moradores do entorno do Parque estão atentos aos focos de fogo na região. A detecção foi bem rápida e mostra que temos praticamente um sistema de detecção e monitoramento de incêndios florestais em conjunto com a sociedade local, uma das ações previstas no Plano de Manejo.”



Para quem quiser saber mais, no mês de julho estão planejadas visitas orientadas às áreas manejadas com fogo, com acompanhamento de membros da equipe do Parque e de pesquisadores associados. O cronograma será divulgado em breve no site.



Lembrete importante: caso observem focos de incêndios na região, por favor, informem as instituições responsáveis o mais rápido possível. A natureza agradece.



Foto 01. Equipe envolvida nos trabalhos do aceiro negro entre as bacias dos rios Campo Belo e Aiuruoca, composta por brigadistas e pesquisadores associados (Crédito: Heber Passos (Programa de Queimadas – INPE)).


Foto do Planalto do Itatiaia, visão da Região de Visconde de Mauá, que circulou nas redes sociais e grupos na noite do dia 28 de maio. O foco em questão era a execução do aceiro negro entre as bacias dos rios Aiuruoca e Preto.


Detalhe mostrando a execução do aceiro negro entre as bacias dos rios Aiuruoca e Preto. O fogo é utilizado sob condições ambientais e técnicas que resultam em um fogo de baixa intensidade (Crédito: Acervo da brigada 2019)



Execução do aceiro negro entre as bacias dos rios Campo Belo e Aiuruoca. Ao fundo, Asa de Hermes e maciço das Agulhas Negras. (Crédito: Edinaldo Gomes)


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